Meta de irrigação do Plano ABC+RS já chega a mais de 50% a seis anos do prazo final

 

Foto:Eduardo Patron

O Rio Grande do Sul estipulou como meta para o Plano Estadual de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC+RS) ampliar em 216 mil hectares sua área irrigada até 2030. De 2020 a 2024, o estado já conseguiu expandir os sistemas de irrigação a 120 mil hectares de cultivo, o que representa 55% da meta. 

Foto:Fernando Dias


Esses dados foram apresentados durante o Workshop do Plano ABC+RS, realizado nesta quinta-feira (5/12), Dia Mundial do Solo, no auditório da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi). O Workshop, programado para o dia todo, é um espaço para que as entidades integrantes do Comitê Gestor de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono apresentem as atividades desenvolvidas em 2024.  

“Com uma governança estadual bem estruturada do Plano ABC+, temos uma responsabilidade em ultrapassar as fronteiras do nosso estado, especialmente com o Brasil sediando a COP do ano que vem. Será uma vitrine para nos mostrarmos como grandes defensores da agricultura de baixo carbono em nível global”, destacou o secretário adjunto, Márcio Madalena.

O coordenador do Comitê Gestor Estadual do Plano, Jackson Brilhante, ressaltou a escolha da data para o Workshop. “Hoje é Dia Mundial do Solo, e uma das políticas públicas que mais promove a conservação do solo e seu uso racional é justamente o Plano ABC+”, frisou. 

Em seu segundo decênio, o Plano ABC+ tem por objetivo a mitigação de emissão dos gases do efeito estufa (GEE) e a adaptação às mudanças climáticas. O plano incentiva a adoção de sistemas, práticas, produtos e processos de produção sustentáveis, em oito tecnologias: sistema de plantio direto, sistemas de integração, recuperação de pastagens degradadas, florestas plantadas, bioinsumos, manejos de resíduo animal, terminação intensiva e irrigação.

Durante o Workshop, a pesquisadora da Seapi Carolina Bremm apresentou um balanço das ações conquistadas pelo estado para o plano, no período de 2020 a 2024, e a forma de monitoramento das metas. “Observando as tendências atuais, a projeção é de que, em 2030, o Rio Grande do Sul consiga atingir as metas de irrigação, chegando a mais 300 mil hectares irrigados, e a de terminação intensiva, com 209 mil cabeças de gado com terminação abaixo dos 36 meses”, detalhou. 

Jackson apresentou um levantamento sobre o financiamento de tecnologias do Plano ABC+ no Rio Grande do Sul, pesquisando contratos celebrados no âmbito do Pronaf ABC+, Proirriga e RenovAgro. Na safra 2022/2023, foram 101.677 hectares com financiamento para adoção de tecnologias do ABC; em 2023/2024, a área chegou a 259.543 hectares. “É uma evolução enorme na tomada de crédito, mais que dobrou a área contemplada, de uma safra para a outra. É uma evidência da necessidade de se ampliar essa frente de atuação”, observou o coordenador.

O auditor fiscal federal agropecuário Kleber Villela Araújo, do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), pontuou que a tomada de crédito é um desafio ressaltado por diversos estados para a implantação do Plano ABC+, mas que há diferentes opções de crédito rural além das já conhecidas. “A Escola Nacional de Gestão Agropecuária (Enagro), do ministério, está montando uma playlist, com vídeos orientando a como buscar esses recursos”, informou.

Na parte da manhã, ainda houve apresentações da Secretaria de Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), Emater/RS-Ascar, Senar, Farsul, Sebrae e Rede ILPF. O Workshop continua na parte da tarde, com apresentações do Banrisul, Banco do Brasil, BRDE, Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA/Seapi), UFRGS, Irga, Embrapa Pecuária Sul, Embrapa Trigo, CCGL, Ocergs, Aliança SIPA e Departamento de Infraestrutura e Usos da Água (Dinfra/Seapi).

Metas do RS no ABC+

Até 2030, o Rio Grande do Sul se comprometeu em ampliar 600 mil hectares com sistema de plantio direto; um milhão de hectares na utilização de bioinsumos; recuperar 1,43 milhão de hectares de pastagens degradadas; ter 200 mil bovinos em sistema de terminação intensiva; ampliar em um milhão de hectares os sistemas integrados, como lavoura-pecuária ou lavoura-pecuária-floresta; ampliar em 322 mil hectares a área de florestas plantadas; aumentar em 216 mil hectares a área irrigada; e chegar a 11,8 milhões de metros cúbicos de manejo de resíduos animais.

Texto: Elaine Pinto

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