Primeira etapa do restauro da sede da Secretaria da Fazenda é entregue com a pintura final

 

Tons originais da construção histórica passarão a cobrir todo o conjunto arquitetônico - Foto: Robson Nunes/Ascom Sefaz

A obra tem investimento de R$ 8,3 milhões com recursos do Estado

O restauro do prédio-sede da Secretaria da Fazenda (Sefaz) ainda tem etapas a serem cumpridas, mas, agora, um pequeno espaço da construção já permite visualizar uma amostra do resultado. Basta passar em frente à fachada da Rua Siqueira Campos, no Centro de Porto Alegre, para perceber: o andaime e o véu foram retirados de uma das faixas do lado esquerdo, revelando como será a pintura final.

Essa é a primeira finalização que pode ser observada pelos colaboradores e pela população, e representa 20% da fachada coberta com a cor que será espalhada por toda a edificação. Nessa área, o único serviço que ainda não foi concluído é o de restauração das janelas. O Estúdio Sarasá Conservação e Restauro, responsável pela intervenção, espera entregar todo o lado da Siqueira Campos pronto até o final de 2024.

Um dos grandes diferenciais da revitalização é o resgate de características originais do conjunto arquitetônico, cuja conclusão se deu na década de 1950. A retirada de camadas de tintas existentes mostrou que, em sua concepção, os dois prédios do chamado Casarão tinham tons de ocre, semelhantes ao bege e às tonalidades de terra e areia – e são essas cores que já podem ser visualizadas na primeira etapa finalizada. Também estão sendo preservadas as técnicas construtivas do contexto histórico, como a tinta a base de silicatos e a argamassa com cal hidratada, que é um material transpirante.

A obra, que começou no início de 2024 e tem investimento de R$ 8,3 milhões com recursos do Estado, envolve a renovação de todas as fachadas, inclusive as internas, e dos pórticos existentes entre os dois edifícios. Os revestimentos, ornamentos e esquadrias serão recuperados e pintados. No total, serão 578 janelas restauradas.

Casarão da Sefaz secundaria
Obra envolve a renovação de todas as fachadas e dos pórticos existentes entre os dois edifícios - Foto: Robson Nunes/Ascom Sefaz

A previsão inicial era de conclusão no começo de 2026, mas o cronograma terá de ser modificado devido às enchentes que atingiram o Centro Histórico em maio deste ano.

“Por causa disso, será necessário realizar novamente toda a limpeza das fachadas do pavimento térreo, bem como refazer o trabalho já executado nas janelas daquele andar. O prazo final será estendido em razão do tempo em que a obra ficou paralisada e dos serviços que precisarão ser refeitos ou adicionados”, explicou o chefe da Seção de Infraestrutura do Departamento de Administração (Depad), Guilherme Puglia.

Após a necessária adaptação de canteiro de obras em razão do desastre meteorológico, o serviço voltou a ganhar velocidade. No lado da Siqueira Campos, o restauro das argamassas já atinge 70% de conclusão, e 50% da área já teve aplicação do fundo preparador.

“Estamos em um momento em que a obra está muito dinâmica, e a meteorologia está ajudando. Estamos muito entusiasmados com os resultados”, afirmou a arquiteta do Estúdio Sarasá responsável, Magda Garcia da Rosa.  

“Vamos reconstruir juntos a parte material, mas principalmente com a superação humana no processo”, complementou o restaurador Antônio Sarasá.  

Histórico

Os prédios que sediam a Sefaz são uma construção no estilo neoclássico de Theóphilo Borges de Barros e foram feitos em várias etapas ao longo dos anos. As obras do primeiro bloco, que faz frente para a Avenida Mauá, ocorreram na década de 1920, com o acréscimo de mais pavimentos nas décadas seguintes. Já o lado da Siqueira Campos ganhou forma nos anos de 1930, também sendo aumentado nos anos posteriores.

Foi só na década de 1990 que a Sefaz passou a ocupar os dois edifícios, tornando o conjunto a sua sede. Desde 2009, diferentes iniciativas foram abertas para sua restauração e preservação – nenhuma, no entanto, com a dimensão da atual intervenção.

O conjunto é considerado patrimônio do Estado desde 1987, após o tombamento da Praça da Alfândega e seu entorno.

Texto: Bibiana Dihl/Ascom Sefaz
Edição: Camila Cargnelutti/Secom


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