Seis trabalhos foram destaque no 13º Salão de Iniciação Científica e Inovação Tecnológica e 8º Workshop de Pós-graduação, organizados pelo Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (DDPA/Seapi) em 23 e 24 de outubro. Foram eleitos dois destaques, um de graduação e outro de pós-graduação, na área Animal; um de graduação em Desenvolvimento Rural; dois de graduação e um de pós-graduação na área Vegetal.
Área animal
A estudante de Medicina Veterinária da Ulbra Ana Luiza Loch, sob orientação do pesquisador Guilherme Marcondes Klafke, do DDPA/Seapi, abordou o tema “Avaliação de alternativa rápida para diagnóstico de resistência em carrapato bovino”. O diagnóstico de resistência do carrapato a substâncias de controle normalmente é feito em 42 dias, tempo necessário para a postura dos ovos e eclosão das larvas. Em seu estudo, Ana Luiza avaliou se os resultados considerando apenas a postura dos ovos aos 14 dias diferem do teste padrão, permitindo antecipar o diagnóstico em quatro semanas. “Os resultados aos 14 dias não diferiram significativamente do exame padrão, possibilitando antecipar o diagnóstico. Isso beneficia os produtores, ao reduzir o tempo de resposta e facilitar o controle químico”, concluiu a bolsista.
Em nível de pós-graduação, conquistou destaque o trabalho de pesquisa de Jordana Zimmermann, mestra pelo Programa de Pós-graduação em Saúde Animal do IPVDF. Tendo como orientadora a pesquisadora Giovana Dantas de Araújo, do DDPA/Seapi, Jordana abordou o tema “Avaliação de novilhas leiteiras submetidas a marcação por ferro candente: comportamento, termografia infravermelho e limiar nociceptivo mecânico”. O objetivo do estudo foi avaliar a dor em novilhas leiteiras submetidas à marcação a fogo, medida obrigatória para identificação de fêmeas bovinas vacinadas contra brucelose. Por meio de diversos instrumentos de medição e observação, Jordana identificou a presença de dor aguda pelo menos nas 48 horas após a marcação. “Isso prejudica o bem-estar animal de todas os bovinos fêmeas brasileiras”, destacou.
Desenvolvimento Rural
O destaque nesta área foi para o trabalho “Produção de hidrogênio a partir de resíduos agroindustriais no Rio Grande do Sul: Desafios e oportunidades para um futuro sustentável”, de Angela Pauletti, estudante de Engenharia de Energia da Universidade Federal do Pampa (Unipampa). Sob orientação da professora Sabrina Neves da Silva, a bolsista analisou os desafios e oportunidades para produção de hidrogênio a partir do biogás no Rio Grande do Sul, com a utilização de estercos de animais de produção e restos de culturas vegetais. Ao substituir combustíveis fósseis, o hidrogênio pode aumentar a resiliência energética das operações agrícolas e servir como matéria prima para produção de amônia, fundamental na composição de fertilizantes. “O hidrogênio representa um passo importante para um futuro sustentável e eficiente para o agronegócio gaúcho, alinhando-se às tendências globais de descarbonização”, concluiu Angela.
Área Vegetal
Na área vegetal, receberam destaques dois trabalhos de iniciação científica em nível de graduação e um trabalho em pós-graduação.
A bolsista Mikaela de Quadros Oliveira, acadêmica de Engenharia Agronômica pelo Instituto Federal Catarinense - Campus Santa Rosa do Sul, identificou genótipos de goiabeira-serrana, ou feijoa, agronomicamente promissores na safra de 2023, em Maquiné. Sob orientação do pesquisador Rodrigo Favreto, do DDPA/Seapi, Mikaela contou e pesou os frutos de 275 feijoas durante a colheita, de fevereiro a junho de 2023. Além disso, de cada planta, uma amostra de 10 frutos foi avaliada para obter dados de rendimento de polpa (percentagem) e teor de sólidos solúveis (º Brix). “O indivíduo que obteve o melhor desempenho em todos os critérios avaliados foi o F3P16, originário do cruzamento Nonante x Helena. Outros 17 indivíduos tiveram produtividades superiores a 15 toneladas por hectare”, listou.
Já o bolsista Nícolas Sangalli Farenzena, estudante de Agronomia do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS), avaliou clones e manejo da poda para variedades de uvas viníferas em Veranópolis, sob orientação do pesquisador Rafael Anzanello (DDPA/Seapi). Foram avaliados tipos de podas em clones de Riesling Itálico, Chardonnay, Merlot e Cabernet Franc. “A poda Guyot Duplo foi mais produtiva para clones de Chadornnay e Riesling Itálico, enquanto a Cordão Esporonado apresentou mais eficiência para clones de Cabernet Franc. Os dois tipos de poda tiveram eficiência semelhante para clones de Merlot”, finalizou.
Na área de pós-graduação, o destaque foi concedido a Bruno Ferreira Kramer, mestrando em Fitotecnia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Sob orientação do professor Edson Bertolini (UFRGS) e da pesquisadora Andréia Rotta de Oliveira (DDPA/Seapi), seu estudo avaliou o efeito de isolados de Trichoderma virens e Trichoderma asperelloides no controle in vitro de Colletotrichum spp. e Fusarium spp. e verificar a compatibilidade com espécies de Bacillus, para uso no controle biológico destes fitopatógenos. No teste de antagonismo, T. virens e T. asperelloides inibiram o crescimento micelial de Fusarium oxysporum em 49% e de C. gloeosporioides em 43 e 47%, respectivamente. No teste de compatibilidade, T. virens se mostrou incompatível com as três cepas de Bacillus testadas, enquanto T. asperelloides foi compatível com duas. “O estudo está em andamento para avaliação da eficácia dos agentes de controle biológico em casa de vegetação”, concluiu.
Assista: “Avaliação de Trichoderma spp. no controle in vitro de fungos causadores de doenças da oliveira”
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