Herbário do DDPA deverá ter arquivo 100% digitalizado até final de 2024

 


Herbário do DDPA deverá ter arquivo 100% digitalizado até final de 2024 – O acervo conta com exemplares do século XIX, o mais antigo data de 1865 e foi coletado no Sudão

O Herbário BLA ((Brazilian Laboratory of Agrostology), que contém uma coleção de grande importância histórica e científica, com exemplares do século XIX, vai ser 100% digitalizado até o final de 2024. Os recursos para a compra do equipamento fotográfico vieram do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia, que fomenta projetos em rede como o Herbário virtual da Flora e dos Fungos (INCT-HVFF).

“Com a chegada deste conjunto fotográfico, toda a digitalização passa a ser feita na própria sala do Herbário BLA, o que permite mais agilidade ao processo, evitando riscos com o deslocamento de amostras. Até agora, estávamos utilizando o equipamento do Departamento de Botânica da UFRGS”, destaca o curador do Herbário e pesquisador do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA), da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Gilson Schlindwein.  Segundo ele, até o momento, 30% do acervo foram digitalizados (6.000 exsicatas) e, com este novo recurso, está prevista a digitalização de 100% do acervo (20.000 exsicatas) ainda em 2024.

Assim que o material botânico é digitalizado, ele fica disponível na plataforma “speciesLink” (https://splink.cria.org.br) para consulta online, o que permite o acesso gratuito do acervo. Desde a inclusão do Herbário nesta rede, em 2017, já foram feitas mais de dois milhões de consultas em seu acervo e, aproximadamente, 950 mil downloads. 



“Muitas plantas que têm no Herbário não existem mais no campo. Há plantas extintas localmente e algumas em vias de extinção também, então se não houvesse o registro, esta informação se perderia”, destaca Gilson.

O material é utilizado por pesquisadores, estudantes de biologia, agronomia, engenharia florestal entre outros cursos da área ambiental e agrícola, e também estudantes de pós-graduação em botânica. A agrostologia é um ramo da botânica que estuda as espécies vegetais de interesse forrageiro, principalmente gramíneas e leguminosas.




Acervo

O acervo do Herbário, que conta com amostras de plantas prensadas e secas em papel (exsicatas), faz parte de uma coleção histórica com registros botânicos, a maioria de espécies campestres pertencente ao bioma Pampa no Rio Grande do Sul, além de exemplares coletados em diferentes países e de outros estados do Brasil. Muitos destes registros são resultantes de pesquisas na área botânica e levantamentos florísticos conduzidos há mais de um século, e que seguem até os dias de hoje.

A coleção comporta aproximadamente 20.000 espécimes, sendo 63 “Typus” e seu registro mais antigo é de 1865, Cymbopogon schoenanthus, uma gramínea coletada no Sudão. O Herbário é reconhecido pelo Index Herbariorum (IH), uma instituição oficial internacional, desde 1954. E, em 2017, o herbário LBA teve seu cadastro atualizado na Rede Brasileira de Herbários (Sociedade Botânica do Brasil) e 75% do seu banco de dados disponibilizados online através da plataforma “speciesLink”.

Curador

O curador do Herbário BLA é o biólogo e pesquisador Gilson Schlindwein, que trabalha no laboratório de Tecnologia de Sementes do DDPA em atividades de germinação e identificação de sementes e com projetos de pesquisa envolvendo o manejo e a conservação de recursos genéticos da flora nativa do Rio Grande do Sul. Ele é curador desde 2015 atuando na gestão do acervo, na sua conservação e na obtenção e disponibilização de dados sobre a flora.

Além do curador, trabalham no Herbário a pesquisadora Priscila Porto Alegre Ferreira, que atua na área de taxonomia vegetal e auxilia nas atividades de rotina do herbário, e duas estagiárias de botânica.

Serviço

A história do Herbário BLA está registrada no Boletim Técnico 08 (em anexo).

Informações sobre os serviços do Herbário BLA podem ser obtidas pelo e-mail: gilson-schlindwein@agricultura.rs.gov.br


Texto: Maria Alice Lussani/Ascom Seapi 

Fotos: Fernando Dias/Ascom Seapi

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