Como se comporta a produção de leite em anos de El Niño ou La Niña?

 


Logo que as preocupações em torno do El Niño encerraram neste início de 2024, outro fator surgiu trazendo dúvidas e apreensões para o agro brasileiro: a presença da La Niña neste mesmo ano.


E dentro da produção de leite não é diferente, afinal, os fenômenos climáticos impactam pelo menos na oferta de alimentos para os animais, isso sem considerar quando o fenômeno acontece em maior intensidade e gera até mesmo impactos ambientais e logísticos na cadeia.

No entanto, o quão grande é esse impacto? E o que podemos esperar para este segundo semestre de 2024 frente a presença quase certa da La Niña?

Para responder esses questionamentos, primeiro é preciso ter em mente quais os efeitos da La Niña nas diferentes regiões. Enquanto no Norte e Nordeste o efeito climático gera um aumento das precipitações, no Sul o efeito é o contrário, com uma diminuição das chuvas, com os efeitos no Sudeste e Centro-Oeste podendo ser variados, mas com tendência de um sutil aumento nas chuvas nas regiões.

Segundo a Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos (NOAA), a probabilidade de ocorrência da La Niña é acima de 70% a partir do mês de agosto, aumentando para 85% entre os meses de novembro e janeiro de 2025, ou seja, podemos dizer que está praticamente confirmada a presença da La Niña neste ano.

Diante disto, podemos dizer que a La Nina trará impactos para a produção de leite brasileira em 2024. Porém, esses fenômenos como La Niña e El Niño são determinantes para uma queda ou aumento da produção de leite?

A resposta é não.

Apesar dos impactos claros no fornecimento de alimentos e na logística da cadeia, esses efeitos climáticos influenciam, mas não são determinantes para uma tendência na produção de leite, tendo outros fatores como, custo de produção, rentabilidade do produtor, nutrição, genética e sanidade, sendo outros fatores mais importantes para ditar a produção de leite do que o efeito climático por si só. E o gráfico abaixo ilustra exatamente isso. É possível perceber que existem crescimentos, estabilidade ou até queda tanto em anos de El Niño, anos de La Niña ou anos neutros, sem a presença de um dos fenômenos.



Ou seja, é preciso estar atento para os efeitos que a La Niña deve causar na cadeia leiteira neste ano, especialmente em suas influências regionais, no entanto, não podemos dizer que a produção de leite será maior ou menor em decorrência deste fato. (Milkpoint)

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