RS é zona livre de de Peste Suína Clássica
Secretário da agricultura e pecuária Ernani Polo, e governador José Ivo Sartori, receberam certificação ao Estado em Paris, durante reunião da Organização Mundial de Saúde Animal
Rio Grande do Sul e Santa Catarina receberam nesta quinta feira, 28 de maio, na França, a outorga de área livre de Peste Suína Clássica da Organização Mundial de Saúde Animal, durante a 83ª Assembleia da entidade. Pela primeira vez na história, a OIE reconheceu zonas e países livres da doença. O governador do Estado José Ivo Sartori e o secretário da agricultura e pecuária, Ernani Polo, participaram da solenidade e receberam o certificado, em conjunto com comitiva gaúcha de deputados.
“ A produção de suínos do Rio Grande do Sul é muito importante para a economia, pois ela movimenta bilhões de reais ao ano e o mercado mundial exige cada vez mais melhor sanidade, agregação tecnológica e produção de qualidade. Este certificado é extremamente importante para a economia do suíno e para o Estado como um todo”, disse o governador José Ivo Sartori.
O pleito brasileiro foi aprovado na Comissão Científica da OIE ratificado na Assembleia de Delegados. “Isso é fruto de um longo trabalho alicerçado na integração perfeita com transparência e confiança entre o setor privado (a cadeia produtiva de suínos) e o serviço oficial”, afirma Ildara Vargas, secretária adjunta da Secretaria da Agricultura e Pecuária.
Trabalho de longo prazo
O ano de 2005 foi fundamental para a consolidação do trabalho de erradicação da doença, com o aporte de recursos do setor privado e a intensa comunicação entre produtores, indústrias e o serviço oficial. “Precisamos reconhecer a atuação de cada um dos médicos veterinários, técnicos e auxiliares das inspetorias da Secretaria da Agricultura nesta vitória. Pessoas que se empenharam juntamente com o corpo técnico de cooperativas e agroindústrias, gerando o entendimento da importância da sanidade para a conquista de novos mercados. Todos são merecedores. com este certificado, abre-se a possibilidade de abertura da exportação da carne suína para outros países, que são grandes consumidores mundiais do produto. O RS está de parabéns ”, afirma o secretário Ernani Polo.
O presidente do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal, Rogério Kerber acredita que esse trabalho iniciado com a PSC tenha sido um dos fatores que contribuiu com o conceito do Fundesa. “A força da luta contra a PSC comprovou que os setores público e privado unidos podem fazer muito mais”, disse.
O Rio Grande do Sul foi um dos primeiros Estados do Brasil a ser reconhecido nacionalmente como área livre de Peste Suína Clássica. O último caso registrado da doença foi em 1991, com a vacinação sendo suspensa logo em seguida, iniciando o processo de erradicação.
A PSC é uma doença viral que atinge os suínos (e outros animais da espécie suídea, como javalis). A enfermidade provoca sintomas como febre alta, paralisia nas patas traseiras, manchas avermelhadas pelo corpo, dificuldades respiratórias e alta mortalidade.
Para o coordenador do Programa Nacional de Sanidade Suína na Superintendência Federal do RS, Édison Eckert Fauth, “Este reconhecimento internacional tem impacto altamente positivo para todo o sistema de defesa sanitária no Estado”. Já o chefe do Serviço de Saúde Animal da SFA-RS, Bernardo Todeschini afirma: “Um sistema veterinário capaz de erradicar uma enfermidade de rápida difusão como a PSC, certamente é capaz de controlar outras doenças em outras cadeias produtivas.” disse.
O setor de suínos do Rio Grande do Sul movimentou em 2014 mais de R$ 13 bilhões. Se considerado o efeito-renda, a cadeia suinícola envolve 170 mil pessoas no estado. O RS exporta 30% da produção de carne suína, para mais de 60 países. Outros 23 países também obtiveram o reconhecimento.
0 Comentários